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Marcelo Tas
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comunicador, educador e extraterrestre

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Manifesto Unabomber e a insatisfação do homem moderno

Por Marcelo Tas

5 de julho de 2016

Alguns meses atrás terminei um livro chamado de “De 0 a 1”, que fala sobre empreendedorismo e inovação. Indico muito que leiam. Mas quero falar especificamente de uma rápida passagem que me chamou atenção em um dos capítulos do livro que fala sobre descobrir novos segredos. O autor cita um terrorista que ficou conhecido como Unabomber nos anos 90.

Seu nome verdadeiro é Theodore Kaczynski. Desde pequeno era considerado um prodígio, sendo aceito em Havard aos 16 anos. Aos 25 já era PhD em Matemática. Mas ficou realmente conhecido por atentados com bombas a engenheiros, cientistas, executivos e outras pessoas que ele considerava responsável pelo desenvolvimento econômico e tecnológico moderno. Em 1996 ele propôs parar os ataques em troca de ter seu manifesto publicado pelo The New York Times e The Washington Post, que atraiu vários seguidores. Então resolvi ler seu manifesto. Ele propõe uma revolução contra os avanços tecnológicos e industriais. Para ele, esse avanço é o culpado da grande depressão que o homem moderno vive. Por conta desses avanços as pessoas não precisam se esforçar para mais nada, e com isso deixam de criar novos objetivos e fazer novas descobertas.

É claro que suas atitudes foram totalmente radicais e condenáveis, e não concordo com sua revolução. Mas esse manifesto critica pontos importantes da sociedade moderna. E um dos que achei mais interessante é a forma como ele classifica os objetivos do homem moderno em três grupos:

  1. Objetivos que podem ser alcançados com um esforço mínimo.
  2. Os que precisam de um esforço considerável para ser atingido.
  3. Os que não podem ser completamente atingidos mesmo com um grande esforço.

Hoje em dia, a maioria das nossas necessidades podem ser satisfeitas com um esforço mínimo. A maioria da população tem objetivos no primeiro ou terceiro grupo. Então, ou elas atingem o objetivo sem muito esforço, ou por mais que se esforcem não atingirão, causando assim muita frustração e consequentemente a depressão. Como exemplo vamos pegar nossas necessidades vitais. Não precisamos mais caçar para comer e sobreviver. Compramos tudo pronto com dinheiro adquirido através do trabalho. Acontece que a maior parte desses trabalhos também não exigem muito esforço. Exige mais obediência por parte do empregado do que inteligência. Você não precisa inventar mais nada, basta seguir as instruções. E várias outras áreas da nossa vida também são assim. Nos sujeitamos a decisões de outras pessoas, que nem chegamos a conhecer em alguns casos. Estilistas escolhem o que você vai vestir. Publicitários escolhem o que você vai consumir. Seus pais escolhem sua profissão. Seu chefe decide como vai fazer seu trabalho. O governo decide quando você vai parar de trabalhar.

O homem primitivo não tinha que se importar com decisões que outros tomavam, ele só precisava sobreviver, e para isso tinha que tomar decisões e se esforçar diariamente.  E simplesmente sobreviver já o satisfazia. Já o homem moderno passa sua vida inteira sem tomar decisões próprias e não atingem muita satisfação, procurando isso desesperadamente no final da vida. Por isso é cada vez mais comum pessoas mais preocupadas com a morte e buscando prolongar suas vidas, fazendo cirurgias estéticas e fazendo coisas que nunca tinham feito quando mais novos.

Apesar de não concordar com a solução proposta por Theodore Kaczynski, enxergo alguns desses comportamentos na sociedade atual. Conquistamos muita coisa, e mudamos muito também. Estamos nos afastando cada vez mais de nossa natureza, e isso claramente está nos trazendo consequências. Não vamos conseguir voltar mais atrás. Ainda há tempo de despertarmos para deixar a zona de conforto que nossos avanços nos colocaram e nos esforçar novamente para continuar avançando e redescobrindo nosso mundo. Acredito que as próximas gerações estão voltando a tomar mais decisões próprias e questionando quando o sistema impõe alguma coisa.

Precisamos criar nossas próprias oportunidades e nos esforçar para alcançá-las. Não passe a vida fazendo o que os outros decidiram por você, ou provavelmente continuará se frustrando.

Fonte: https://www.scribd.com/doc/3844781/A-SOCIEDADE-INDUSTRIAL-E-SEU-FUTURO-Manifesto-de-Unabomber

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